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Pequeno review sem spoilers de Rogue One: Uma história Star Wars


Olha, eu sou fã de Star Wars, já li de tudo a respeito. Claro, isso não faz de mim nenhuma autoridade no assunto, mas como consumidor da franquia, uma coisa que me incomodava no universo expandido, mesmo o que era vendida como continuação oficial, é o fato de que quase tudo que não era a trilogia original tinha uma cara de fanfic. Dava pra ver que tinham pontas sobrando, que apesar de algumas ideias serem muito boas, aquilo não estava à altura.

A Trilogia Thrawn, por exemplo, antes da Disney meter a cara em seguir a história dos Skywalker, era tida como a continuação que os fãs queriam. Foi sucesso de vendas e preenchia esse vazio. Mas, na minha humilde opinião, eu não sentia que as palavras que saiam da boca dos personagens era o que eles diriam. Não parecia legítimo.

Em alguma medida, as prequelas, ainda que sejam cânone, também soam assim pra mim. Sem querer entrar no mérito de descer o cacete nos episódios I-II-III, como parece que virou moda, o que mais me deixa com a sensação de estar comendo uva passa é o fato de que a história não está bem contada. As falas são ruins, há muito sendo dito, quando podia ser só mostrado. Quase não há espaço para a atuação do espectador, para que ele possa processar as informações e sentir dentro de si as emoções correspondentes ao drama de Anakin Skywalker.

Não que isso seja um mal exclusivo das prequelas ou da franquia de Star Wars. Na verdade, isso acontece com Hollywood de um modo geral e vem se tornando mais pronunciado à medida que o template da jornada do herói é executado de maneira literal e apressada. O cinema está cheio de filmes com escrita pobre.

Rogue One, por outro lado, tem um mérito bem interessante, que é o de colocar você dentro do universo de Star Wars sem parecer um daqueles jogos de videogame meio deslocados que a gente vê por aí. Pelo contrário, ele é palpável, realmente está situado em um determinado tempo e contexto. Alguém ali fez muito bem o dever de casa. É um trabalho muitíssimo bem polido.

Tem um ou outro elemento que pode desagradar os mais chatos, mas esse é um filme bem feito, escrito de forma rica. Aliás, muito bem escrito, sem deixar óbvio o que não precisa. Não é um filme que acha que você é burro. Quem conhece o universo expandido tem bastante conteúdo rolando no background pra se divertir e se situar. Quem não conhece certamente não vai se perder, por que o que é importante é devidamente explicado e o que não é fica lá de pano de fundo e tudo bem. Do jeito que tem que ser.

Ainda é muito cedo pra entrar em detalhes, mas o começo do filme já dá o tom, e ao longo da história, Rogue One faz você perceber o Império como o grupo de nazi-fascistas extremamente militarizados que são (é maluco, meio irônico, que Star Wars esteja voltando e retratando isso justo nessa época meio 1938 que a gente tá vivendo).

Ah, e ainda tira um pouco a aura heroica quase-infantil da Aliança Rebelde. Finalmente você pode ver que há muitas graduações na luta contra o Império.

Achei que um personagem (que ainda não é o momento de falar) tem pouco tempo de filme e a participação acabou ficando meio solta, apesar do imenso potencial filosófico e místico que ele tinha.

Mas essa é uma falha pequena pra um filme que se posiciona em um lugar bem mais escuro que o usual de Star Wars, num tom que o aproxima bastante do Império Contra-Ataca, ainda assim sem o desserviço de tentar ser um filme da trilogia original.

Rogue One é outra coisa e está bem com isso.

Valeu muito a pena, amigos. Assistam. Eu mesmo vou assistir de novo.

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