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O que o filme Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata pode nos ensinar sobre o governo…

Ontem assisti Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata na Netflix.

Que filme mais aconchegante, nossa!

Porém, o que mais me chamou atenção não foi o doce romance que vai se construindo pelas tabelas, nem a investigação que a personagem principal, Juliet termina por conduzir, nem mesmo toda a beleza da fotografia e a sutileza dos símbolos arremessados aqui e ali pra fazer a mensagem adentrar nossos corações.

O que mais me fisgou foi a exemplificação de como o autoritarismo vai nos privando até remover tudo o que consegue da nossa humanidade. Do direito à expressão e ao afeto, até à alimentação saudável e nutritiva. Para aqueles que tinham o desprivilégio de ver suas terras ocupadas pelo exército nazista, não sobrava nada. Ou você se calava e aceitava ou era enviado para aquele local onde você perdia até o nome e era escravizado, humilhado e, quando não sobrasse mais nada, morto.

Era isso que se fazia com todos que se colocassem no caminho dos interesses deles. Seja ativamente ou apenas como uma existência incômoda para aquela moralidade (masculinidade?) frágil e hipócrita.


No filme, uma mera reunião para um jantar acabou tornando-se a micro resistência do grupo e, mais tarde, virou uma questão de vida ou morte. Assim, os afetos, as dores, o fato deles se importarem uns com os outros e com aqueles ao redor os tornava alvos de punição.

Eu não consigo deixar de fazer paralelos com o momento em que vivemos. Vejo uma linha muito clara que nos conduz até ali. E a cada dia que fingimos não ver os índios mortos pelo interesse em suas terras, os LGBT cada vez mais invisibilizados, as mulheres sendo “colocadas no seu lugar”, as aposentadorias dos Zés e Marias sendo destruídas, os direitos humanos sendo vilanizados, parece que damos passos largos rumo a algo que em algum momento não vai ter volta e cuja saída vai ser difícil de achar.

O caminho do medo, do egoísmo, do preconceito e do ódio não termina em nada bonito. Mas só reclamar e apontar não adianta. A gente precisa se reunir, se organizar, ocupar os espaços políticos e privados, se fazer notar e movimentar o que pudermos. Eles estão correndo soltos e estão com pressa. A gente não pode deixar.

A história já mostrou muito bem onde isso pode chegar.


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